sábado, 14 de junho de 2008

O homem do violino.

Dormia de faces cansadas, o homem do violino
Tocava antes, para quem o ouvia, um triste fado
mal suportando a sua cruz no caminho caminhado
pregando aos deuses, quiçá, por um melhor destino.

Em movimentos maquinais,
o seu melancólico hino
enchia de nada, todos à sua volta. Enlutado,
parecia clamar contra a condição a que estava condenado
"Mais valeria morrer. Quanto mais vivo, mais me fino"

Gritava-o, sem palavras, retidas num eco absurdo
no povo da cidade, que não o ouvia ocupado e surdo.
"Que dor, que fim, que vazio em que imergi."

Talvez dissesse, talvez murmurasse, que é assim
Que para a miséria e para a ignorância não há fim...
Imortalizo-te, homem só, herói sem causa, aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

No fundo, n seremos todos "homens do violino"?
Gostei:)

Bjto*

(Foi um belo pedido de desculpas;))