domingo, 8 de junho de 2008

A Piet Mondrian.

No seu atelier, num cenário dantesco, dilacerado
por misérias, guerras, violência e absurdo sofrimento
o artista sonha, e cria a sua quimera. Cria-a, desolado
com a tragédia do individualismo, maior tormento

Do espírito. Faz da lúcida verdade, o seu elemento.
A emotividade, o efémero, o acessório, tudo é rejeitado.
Trocado por uma criação livre de qualquer sentimento
fútil e egoísta, na qual só o último bem é almejado.

Pintado de tragédia, o Mundo na sua tela abstracta,
é esplendor de contrastes, tensões, dores e harmonia.
E é somente o universal, que o artista almeja e retrata.

Porque afinal é isto que é a vida, uma tela matizada
de branco, aparentemente sem sentido, nua e vazia
à qual só nós podemos dar a plenitude ambicionada.

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