sábado, 19 de setembro de 2009

Days.

What are days for?
Days are where we live.
They come, they wake us
Time and time over.
They are to be happy in:
Where can we live but days?

Ah, solving that question
Brings the priest and the doctor
In their long coats
Running over the fields.

Philip Larkin.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ironia.

Maior arma contra dantesco penedo
-Incúria, tristeza, vileza e desgraça
Santo remédio de uma velha traça
- Um apático País parido a medo…

Amargo veneno, a um tempo, forte e ledo
Libertar garrido de gasta mordaça
Justiça glacial contra a comum trapaça
Dos mestres, sabiamente, maior segredo!

Ironia, sadia, pura e límpida Divindade!
Limpa o torpe lodo, a suja lama
Purifica as Letras e aquece seus beijos frios

Tomado por teus olhos macios
Ledo, adormeço em tua doce Fama
Colhendo as rubras flores da Verdade!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Eça de Queiroz.

A vida!... Essa coisa misteriosa
Às vezes, doce e colorida
Outras, massa cinzenta e indefinida!
Matéria-prima de tua inspirada prosa!

Feia coisa, pardacenta e indecorosa
Essa, a de falhar a reles vida!
Mas, que resta, se ela não é se não descida?
Inspiração bruta de tua suave glosa!

Ah, figura sóbria, peregrino do Mundo!
percorro tuas páginas, resplandecente
feliz e iluminado, como tu pelo brilho do Oriente!

Mas, vindo de ti, sinto um suspiro profundo:
«-O que é Tudo, senão um doce engano?
Paixão? Querer? Correr? Só atrás do americano