Havia uma criança
que olhava por mim.
Olhava-me, descrente e sem esperança.
Perguntou-me, certo dia, onde começa
o meu fim?
Perguntou-me também, onde é que já
não sou eu?
O que é feito do que não há?
Onde é que sou o que não está?
Eu disse-lhe que a criança morreu.
Que o que há são cacos.
Que quem esteve, já não mora.
Contemplei-a, de olhos fracos
irresponsável pelos meus actos
Afastei-me, e vim-me embora...
terça-feira, 17 de junho de 2008
Cacos.
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