Num palco lúgrube e ignorado, ouço a tua voz
melódica e apaixonada, num eco doentio
que me enlouquece, em mordaz hino aos sós.
Ó irmão, fazes-me sentir, mas deixas-me frio!
Interrogo-me, extasiado, o que é diferente em nós?
Não nos chega passar inconsequentes como o rio?
Serenos insubmissos de uma Babel feroz
Que torna qualquer destino inútil, vão, baldio...
Viva prova dum povo que se ensurdece e ignora
o génio, familiar à dor de sentir com a razão,
e de não se bastar com a vida . Por agora,
Ouço-te, e vou adormecendo no teu agridoce leito
de palavras, sons, amor, dor e lúcida insatisfação
Sonhando. (Ah, o Mundo é para quem nasceu satisfeito...)
terça-feira, 10 de junho de 2008
A Manel Cruz.
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2 comentários:
Aqui não estão "Apenas pensamentos em ebulição", está muito mais que isso!!!
Continua sempre!
**
excelente alex .
e não podias ter escolhido melhor dia para publicar este poema .
bjinh*
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