Moro numa pequena vila
Onde se vê passar o Mundo
e a gente passa tranquila,
e onde se passeia um douto vagabundo.
Onde completa as tardes, o bilhar.
E onde são poucas todas as oportunidades.
Os mais novos são a vagabundear
E as velhotas comentando intimidades!
E é tal o convite à melancolia
Contemplando o verde, o vale e o rio.
Só interrompida pela alcoólica euforia,
que torna o fígado e o pensar doentio.
Ao domingo, um solitário lança o arco
e os jovens brincam, perto do rio, à bola.
Rio vazo, onde já não há nenhum barco.
E jovens que fazem da vida, escola.
No Verão é tal o furor, pela praia
esplêndida, de água límpida e gélida
Que se assemelha ao cume Himalaia.
Que logo a gente se aquece na areia cálida.
Ah, que ambiente, que convívio!
Os bares, as tasquinhas, os emigrantes
As uniões de espírito fugidio
E a união dos outrora distantes.
O Verão rapidamente desfalece.
E a gente caloira, logo o espera.
O calor, a folia, tudo desaparece.
Quando o Inverno chega, como fera.
É tempo de fazer pelo futuro
Com pouca ou muita vontade.
Ele se vier, que não venha obscuro!
A gente o espera com ansiedade...
*
Moro numa pequena vila,
Humilde, honesta e tranquila.
Onde se vê passar o Mundo...
E onde são poucas todas as oportunidades.
terça-feira, 22 de abril de 2008
Vagos / Um lugar é as pessoas que o habitam.
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