domingo, 27 de abril de 2008

Hoje.

Escrevo e apago. Volto atrás e escrevo,
outra vez. Mais uma vez. Custa escrever,sem saber
porquê... Não me sai a rima.
O verso flui
branco e pálido,
como o que julgo sentir.
Escrever é tortura, repugnância, macumba maquiavélica...

(Que irritação! Que inveja! Que inquietação mórbida! Todos os demais que conheço são felizes...)

Ah, que dia horrível para me ser. Hoje, logo hoje!
O relógio, a meia-noite fatal! Porque não durmo? Dormir é esquecer...
O que há para lembrar?
Hoje! Porquê hoje?
Hoje? Hoje já não me iludo!
Hoje já não sonho! Hoje já não digo
o que querem ouvir! Hoje tenho fúria!
Hoje? Ah, hoje não me conformo!
Hoje não me calo!
Hoje? E todos os outros dias...

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