domingo, 27 de abril de 2008

Escrevo.

Escrevo contra o que sou!
Escrevo. Não sei para onde vou!
Mas escrevo.

Com medo do futuro,
Arrependido do passado,
rejeitando o presente...
Escrever é a minha parca alegria...

Espero. Espero, somente.
Espero.
Que se transforme a noite em dia...

Que se abata esta melancolia incógnita
que surgiu não sei de onde...

Quem me dera não conhecer nada!
Quem me dera
ser uma caixinha onde flutuassem não
pensamentos horrendos, monstruosos, ignóbeis,
mas sim vazios. Eternos e dantescos vazios!

Quem me dera não conhecer nada!
Quem me dera não saber que há mais que isto
do que estou sujeito! Desta vida safardana, comezinha,
empanturrada de nada. Desta vida cheia de nadas.
Cheia de sonhos que são ópio, cheia de promessas que são vazios...

Quem me dera não conhecer Paris, Tóquio,
Nova Iorque ou Rio de Janeiro!
Quem me dera não conhecer o Mundo!
Outro Mundo! Outro Mundo que não está aqui!
Outro Mundo que nunca estará aqui!

Quem me dera ser simples, quadrado, obtuso,
previsível, chato, modesto, ingénuo, quedo e quieto!
Inconsequente, conformado e básico!

Quem me dera ser tudo isto e não pensar!
Quem me dera não me conhecer...

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