Nunca seguir ninguém
não ser nem mal, nem bem.
Procurar sempre o derradeiro além...
Foi essa a tua última e maior glória.
Mas que má hora é esta,
em que Portugal entristece?
Em que a irreverência fenece?
Em que nada resta,
senão tua vã memória...
sábado, 29 de março de 2008
A José Régio.
A José Gil.
O que é Portugal hoje?
Não é medo de existir.
Medo sim de ser.
Medo de se descobrir.
Medo de se fazer.
Medo de se cumprir.
E pior de tudo,
medo de pensar.
Somos um existir, vago e desnudo,
que eu morro a profetizar...
A Manel Cruz.
Mítico Ornato.
Uma voz de excepção,
melódica e apaixonada.
Fino e raro estrato,
de uma medíocre cultura.
Em cada tua canção,
ouve-se a dor,
não a tua, mas a pensada.
Porque se amor é doença,
e não cura
que seja a pior sentença,
e tortura,
de quem não te dá valor...
A Siza Vieira.
Olhando o futuro, deixas obra feita.
De Portugal,
Falta curar a pior maleita.
A falta de profissionalismo...
A vida é o eterno aprender.
Não se sai do imobilismo,
Se isso custa entender...
A Joaquim Agostinho.
Lutando contra duros ventos
e enfrentando estradas e tormentos.
Dono de coragem, a cruz que empenhas.
Todo o herói é sacrifício.
Vida e morte, no ciclismo.
Como bandeira mor, do heroísmo.
Dai-nos tua hercúlea força, para o novo início...
A Saramago.
Poderosa escrita,
a pequena arma de mudança
no misto da sociedade maldita,
que o pensar não alcança.
Da ironia, nasce esperança.
Atento vigilante das causas sociais
Cada frase tua é como uma lança
Apontada, às injustiças demais.
Alma triste,
a que não ama,
de arma apontada em riste.
A que chafurda na lama,
do ser.
A que não deseja mais
do que apenas ter...
sexta-feira, 28 de março de 2008
A Rita Redshoes.
Rita Redshoes,
o nome artístico.
O teu charme característico,
(Quer seja pop, rock ou blues)
encanta.
Discreta, madura
mas menina que sonha.
Mais valia de uma cultura
tristonha.
Ser uma época de ouro,
É a tua ambição.
A confiança é o tesouro,
Cantar, a paixão.
Alto. Algo maior se alevanta!
É ela. A voz, que o derrotismo espanta...
A Mário Viegas.
Voz, como furacão,
actor, encena-dor.
Fúria, de trovão.
Fingir, o maior Amor.
Politicamente incorrecto
Declamador superior,
Dono de muito raro intelecto.
Se todo o Homem é poeta,
que dizer de alguém,
que a amou, e fez dela dilecta,
casa, prazeiroso harém?
Que a viveu, como quem ama
mil paixões?
Que fez dela chama,
que incendiou mil corações?
A Sá Carneiro.
Democrata essencial
Para perceber Portugal.
Membro da ala Liberal
do partido único tirânico.
Manter fiéis os princípios,
é a tua lição clássica.
Da lusitana democracia
Um dos pais fundadores
E dos seus mais brilhantes oradores.
Pereceste cedo, morte trágica,
Ficou o perfil, quase sebastiânico.
Esperámos.Os espíritos estão insípidos
Será que és tu aquele que nos salvaria?
quinta-feira, 27 de março de 2008
A Herman José.
Humorista contra a maré
Bom apreciador dos prazeres faustosos
Personalidade polémica
De caminhos venturosos.
Agora, velhote José.
Lutaste contra a imposta fé,
e a dolorosa censura,
feita de forma colérica.
Hábito que perdura...
Toda a carreira artística
tem uma ascensão e uma queda,
infinitamente característica.
A tua, feita de forma leda.
Não sei se és herói.
És apenas mais um homem,
que sabe o que dói,
Ser a diferença, como ninguém...
quarta-feira, 26 de março de 2008
A Manoel de Oliveira.
Fizeste do cinema
teu centenário viver.
Porque "parar é morrer"
És o herói deste poema.
O caminho faz-se.
A tentativa é o começo.
O empenho, arma de arremesso.
E deste misto a glória nasce.
terça-feira, 25 de março de 2008
Parar? Ficar?
Estou bêbado, sem nada.
Poesia cerrada/ Cadela da alma/ Gente sem mala.
Indigente fuga do que não se tem. Fuga para lá
do mal e do bem.
Fuga.
No cais de embarque, o velho condutor fuma o inconfundível
cigarro.
-Para onde me levas desta vez?
A conversa roça o mundano. Sexo e bola.
Mini, coração partido. Malas. Buraco na estrada.
No cais de embarque.
A casa de banho, afrancesada toilette.
Retrete imunda. Branco amarelado,
Cara lavada. Mistura etérea de esperança,
e descrença.
Na casa de banho.
-Atrasado.
Não vás sem mim,
nobre missionário dos sem terra!
Não me deixes aqui perdido, na terra razão.
(Face aburguesada, charuto em riste. Homem.
Estudante. Pesada, sem nada, a mala. Leva conhecimento.)
-Está tudo pronto?
Sim, apostólico condutor. Somos só três. Como Deus quis.
Vamos. É hora. Leva-nos.
Chave engrenada. Ruído do Motor.
Somos dos que quando paramos, morremos...
Coragem.
Recito sozinho para mim, alguns poemas
de minha preferência,
às vezes.
Imagino a plateia, bebendo as minhas humildes palavras...
Sinto-me herói, estrela de televisão.
Mas sempre sozinho!
Horror, mostrar o que gosto de fazer alguém...
Não...
É só para mim.
(Que delícia observar a minha colega...
Como fala alto! Como lhe dão, todos, sem excepção, atenção! Como consegue ser ouvida por todos!
Fala sobre tudo. Sabe que a ouvem...)
E eu, quando faço daquelas ridículas apresentações orais...
Que horror!
A voz não me sai. A mão trémula, segurando o papel cábula.
Toda a gente nota o nervosismo que transpiro.
Porquê? Porquê?
"Não custa nada. Já os conheces..."
Eu sei! Eu sei...
Porquê?
Que arrepio. Pele de galinha.
A voz não me sai.
"Tens de aprender a colocar a voz."
Eu sei! Eu sei...
Não consigo. Falo para dentro. Falo para mim. Falo de dentro de uma caverna.
Parece que tento convencer-me do que já sei. Do que já sou.
"É para eles que tens de falar. "
É isso.
É para vocês que tenho de falar.
E vão-me ouvir!
(Que tristeza...
Uma pessoa, por vergonha, por falta de motivação, por qualquer motivo, à partida,
estúpido e insuficiente, não fazer o que gosta...)
segunda-feira, 24 de março de 2008
Saudades daquele tempo
em que sorria, de louca e naive inocência.
Em que vivia, de falso contentamento.
Saudades de sentir amor, da adolescência!-
Quando viciámos, de doces sorrisos
Dos beijos -Como sabiam bem!
E dos olhares que trocávamos, sem juízos.
Tudo está agora, tão longe, tão aquém...
Tratávamo-nos por Amor.
Ter-te era o meu humilde dom...
E os desejos carnais, eram febril dor.
Mas estamos para sempre distantes.
E apenas consigo imaginar. Como seria bom
Se nos amasse-mos como dantes...
domingo, 23 de março de 2008
É preciso ser?
Ah que horror a tudo!
Horror a ser alguma coisa
Classe média, classe alta, ghetto, guna, beto, normal, anormal,
diferente, indiferente.
Luta de classes, sindicato, professor, ministro,adorador
de qualquer falso Cristo.
Horror! Horror!
A tudo sem diferença.
Ao ignorante que passeia livros, como quem passeia o cãozinho
Ao pedante que come pela roulote, ao cavaleiro a trote.
à menina que de dia fascina, e de noite alucina.
Ao cassetete e ao corpete, à K7 e ao Jet7.
Ao submisso, e ao roliço, ao patrão e ao moço que limpa o chão.
Horror de Morte!
Horror a ser alguma coisa!
Ao poeta, ao profeta, ao perneta e ao maneta, ao que faz a guerra
e ao sem terra
Ao que usa luneta e ao que não sabe usar caneta.
Horror a ter que ser alguma coisa!
Horror!
Ao conformismo, ao imobilismo, ao heroísmo e ao terrorismo.
À empregada que fia, trabalha porque vai sendo paga.
-Pobre coitada, empresa fachada-
Ao analista, ao fadista, ao corista e ao couro, ao engate e ao biscate.
Ao que doma o touro, e ao que mata no Douro.
Da falsa e da que usa meia-calça.
Da nota e da cota.
Horror a ser alguma coisa!
(Não querendo ser, já sou alguma coisa. Alguma coisa!
Lógica fatal.)
Horror!
À bibliotecária, e à alma otária.
Ao telemóvel e ao imóvel.
Ao político e ao crítico. Ao que não sabe, e ao que não faz. Ao que sabe, e ao que faz.
Ao dono do Hotel, e ao velho do bordel.
Ao empregado que traz bebidas, curam impossíveis feridas.
Do Estado desgovernado, e do crédito mal parado.
Horror de Morte!
Ao que contempla, e ao que inventa. Ao usurpador, e ao senhor doutor.
Ao notário e ao bolsário.
Ao anarquista, ao fascista, ao capitalista, ao socialista, ao comunista.
Horror a todas ideias e ideais!
(Se ao menos algum me servisse...)
Horror!
Do demente, e do incompetente. Do inútil e do fútil. Do cabrão e do que amassa o pão.
Do que vive, e do que esconde. Do que sobrevive e do visconde.
Do arrogante, e da espampanante.
Da militância e da ignorância
Da ortodoxia, e da anorexia.
Da desistência e da consciência.
Da sociedade e da verdade...
Horror!
De escrever
Serve de Nada!
Nada...
Nada...
Nada!
sábado, 22 de março de 2008
Aveiro.
Ser Aveiro
É sentir-lhe da ria, o cheiro
É sentir o seu pulsar rotineiro
É ser a cosmopolita agitação.
Ser,
o Rossio, e a feira
O azul e o azulejo
Gente, sem eira nem beira
O branco, o amarelo, o peixe
e o mercado. O feixe
de sol, que ilumina o meu desejo
de ti, ó cidade.
A igreja e o sino e o bairro, a turística fotografia
O amor que se encontra, perto da ria
A moderna Universidade
O romanesco Fórum que se agita
A estação, de mil estórias
A memória palpita...
Pára coração!
Em Mira, num dia ventoso.
Ao feriado não se paga
Borla divina
O carro pára
mal estacionado, mas ninguém se rala.
O vento rasga
com fulgor, os passos de uma pequenina
que esqueceu o seu brinquedo, e avança pálida
de imaginação fraca e lívida...
Numa regular sapataria
passeia-se a gente, que se esqueceu da alegria.
No meio, impávido, resta um cão
Olhar afastado, perdido do coração...
Pululo no Nilo
que é a minha razão.
O vento ainda brinca, tranquilo
com a areia.
Passeando-me em toda a rua,
O meu olhar serpenteia
Por bares, brincadeiras e crianças
(as vossas frases, ferem-me como lanças...)
Salve-me a poesia
maresia
de mim.
Completa Lua...
sexta-feira, 21 de março de 2008
Para lembrar o Dia Mundial da Poesia.
Metáforas com o mar, o sol e as ondas
Será que se nasce poeta
Isabel Zambujal.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Mora em mim, a angústia
do poder vir a ser.
Falta-me a astúcia,
de todos aqueles que conseguem viver.
Sinto-me longe de mim
Longe, mero estrangeirado.
A incompreensão não tem fim.
Sou miragem, de mim sonho inacabado.
O que eu poderia fazer!
Ó vida...
Se me deixasses viver,
não seria só mera visão discorrida...
Mas não há esperança!
Apenas projectos adiados!
E eu sei que não chegas, ó bonança.
Nascemos docemente fadados!
E eu não sei sonhar!
Já passou a hora...
Em nada consigo, nem posso confiar.
É tarde, e Ela já não demora...
Gente, gente vamos embora, vivermos antes de acabarmos.
O mundo é feito para nós.
Vamos, gente, mesmo que acabemos como começámos.
Sós.
(E a poesia que vá salvando o Mundo...)
Nunca, nunca fui extraordinário
em nada!
Fecho-me para toda a gente
febril.
Calma, e placidamente
quero ser a vida a passar.
Fechar-me.
Leio e releio, sem fim.
E tudo o que sei...
Serve-me de quê?
Por dentro sou um furacão
Por fora nem sequer tenho projecção!
A minha voz discorre, tímida, embaraçada.
Sou o paradigma da inacção!
Sou o heterónimo de algo belo
Ortónimo do vazio!
O furacão não me serve de nada!
Não extrapola,
Não explode.
Agarra-se a mim, fraquejo
e opiamente me iludo.
Já me passou pela cabeça...
Não!
Era fraqueza, egoísta extrapolação.
(Para quê ser extraordinário?
Ser maior é perder um bocado
do que se é.
Ser campeão é ser
pequeno.
Sermos é ser
verdadeiro.)
terça-feira, 11 de março de 2008
Se eu fosse político.
Se eu fosse político
tinha um olhar mais crítico
sobre as coisas.
Se eu fosse político
dizia a todos, sem excepção
que a salvação
está em cada um.
Mas antes fazia a revolução!
Se eu fosse político
apostava na cultura
que gosto.
Mas ai acusavam-me
de instaurar um novo tipo de tortura!
Se eu fosse político
acabava com a descrença.
Deixava as pessoas serem
elas mesmas a diferença.
Se eu fosse político
acabava com a mentalidade nobiliárquica
de todos.
Acabava com a forma anárquica
de fazer as coisas.
Ah, se eu fosse político
era utópico...
Mas ai nada era lógico.
Não!
Se eu fosse político
não me preocupava com ninguém.
Tinha que ser diferente, também?
Se eu fosse político
deixava tudo igual.
Deixava tudo ser
Como é.
Tem algum mal?
Se eu fosse político
era liberal
e conservador também.
Se eu fosse político
não mudava nada.
Não quereria ser fachada
de algo que não posso ser.
Pois, se eu fosse político
não escrevia este texto...
domingo, 9 de março de 2008
Rascunho.
A noite é lânguida
e os rumores falam alto...
Os dardos rompem, como facas,
o aborrecimento pensado.
Uns e outros entretêm-se sem pensar,
pensando no que já passou.
Estou incógnito, quase desaparecendo
O som do bilhar ecoa na minha cabeça,
já dormente de natureza...
Falam-me, e eu não percebo.
A dormência aumenta e o que faço
é nada fazer.
Sentado na mesa, à minha esquerda
Um amigo de longa data, esquecido
Fala-me sem me perceber...
Pergunta-me qualquer coisa, sem saber porquê.
Como é engraçado, quando percebemos que tudo tem fim...
Tudo me faz pensar, mais e mais e mais.
Toda a minha vida fui os outros a passar.
Via-os, e pedia-lhes apenas sossego, para pensar.
Agora é tarde, tenho que ser algo.
Nunca conquistei nada.
Nunca me preocupei com notas, nunca quis ser o melhor em nada.
Aprendi, porque sempre gostei de aprender.
(Há quem tenha apenas curiosidade...)
Às vezes gostava simplesmente de me acomodar, de me deixar ser, como no passado.
E tenho medo de nunca chegar onde quero, porque não sei o quero.
Dizem ser preciso sonhar... Mas nem isso eu sei...
De toda a gente leio biografias
De todos ouço dizer que chegaram onde chegaram com esforço, dedicação.
Penso se será assim tão simples...
Nada me é suficiente, e dizem-no ser bom.
Quando vens, ó satisfação?
O professor.
Conheci uma vez um professor
Que tinha como ambição
Proclamar a frase de toda uma vida...
Pois é, professor.
Estou consigo nessa utopia...
E tudo o resto é fantasia.
Uma frase.
No mesmo banco de sempre
Sentei-me e esperei por ti
O parque e o rio tranquilo,
O menino na bicicleta vermelha
O barco que assobia, ao passar...
"Como é bonito o amor!"
Todos eles nos faziam companhia
Tudo está agora longe, ao voltar-me
sem olhar para trás.
O dia escureceu, as pessoas já não riem.
Nem eu. Porque haveria eu de rir?
Agora estou longe de ti. Perto de mim.
E não quero ser.
Ecoa na minha cabeça
Uma só frase, que me agita, que não me largou mais
desde que a li, pela primeira vez...
A Naide Gomes.
Numa ilha recôndita, rumores.
Duma princesa que voava
Por cima de todas dores.
E em mito se tornava.
Trouxe-a nossa, o mar.
Ultrapassando mil lesões
Mais longe aprendeu a voar.
Como os verdadeiros campeões.
Conquistou o Mundo,
E como a maior se consagrou.
Naquele mínimo segundo
Qual gazela, ela voou...
O mito fez-se dia-a-dia,
Ultrapassando as desilusões.
Conquistou-se a utopia
E dela se fazem as canções.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Despertar.
A noite é escura
O Fado é vil.
A rua não é segura.
E as incertezas são mil...
Ao longe, passa um menino,
Que é todo o país.
"Onde vais petiz?"
"Ser o meu destino!"
Bem o ouvi, apesar do grito fugidio.
quinta-feira, 6 de março de 2008
A João de Deus.
Que não me chamem demagogo
Se disser que a maior das doenças
Que enfrentas, nobre pedagogo
É do país, a pior das sentenças.
Porque a modernidade, cismo
Não se consegue sem educação.
Exterminando o analfabetismo.
Para cumprir minha missão,
Dai-me tua inteira inspiração!
Cinzento.
Estranho este meu país...
Ninguém quer saber,
A lição de raiz,
Que o passado ensina
Ninguém quer merecer
A glória que não é divina.
Os que fazem, seus feitos
Gabam, inglórios
Inflamando vossos peitos
Eu vos chamo simplórios!
E os que não pensam
de contentes, se contentam...
Fez-se, mas não se cumpriu Abril
todo o país se descobriu
Mas ficou a tristeza vil
Porque assim o espírito consentiu...
Graça sem fim, a hipocrisia.
Insondável, a corrupção.
Resta-nos frágil, a Democracia.
Aguenta-te coração!
(Onde paras Utopia?)
Não é preciso Império
para afugentar o que é cinzento.
Há muito se perdeu o Sul sidério
Que venha(de vez)a educação, o conhecimento!
Que se faça da aprendizagem
Ciência.
Que se junte, a meninagem
e a idosa sapiência.
Vamos, Portugal, coragem!
(Nunca é fácil, a viagem...)
quarta-feira, 5 de março de 2008
A semente.
Há quem diga que o que escrevo
é sem cor, cinzento.
Discordo, apenas acho de relevo
O novo dia, a esperança cantar.
É meu humilde intento,
Criando, despertar...
E sustento minha tese
Acreditando, esperançado
Há quem reze...
Reconhecendo que não sou ninguém
Apenas crio, quiçá, magoado.
E que sendo pouco, faço o pouco que me convém.
Que se ouça, em todos, a prece.
Que se faça da Glória, labuta,
Que a todo o Homem enobrece.
Que a tristeza se cale.
Que é de mim minha Luta,
Que se cumpra(agora, e de vez) Portus Cale!
terça-feira, 4 de março de 2008
O Supra Nada.
Chamem-me idealista!
Talvez seja minha única conquista,
Sonhar...
Chamem-me pessimista!
Talvez porque insista
ser preciso pensar...
Chamem-me realista!
Talvez seja de mim próprio, revista
Nunca recusar...
(Portugal, ainda és nevoeiro.
E eu, que não sou inteiro
Sinto-me incapaz,
mas sei, de saber, que a noite é fugaz...
E que a Obra, só o Homem faz.)
E sei também, que para ser feliz
Antes de querer
(porque o querer é coisa petiz.)
para o ser, é preciso o aprender.
sábado, 1 de março de 2008
A Melo Antunes.
Socialista consciente,
Controlaste a Utopia
Fiel Independente
A ti devemos a Democracia.
Herói Libertário
Dos que do povo,
rejeitaram o totalitário
Comunismo ou Estado Novo.
Capitão de Abril
Cantando, deixo-te enobrecido
Povo vil,
aquele que te deixa esquecido.
Lembrar-se-ão um dia
O muito que te tem a agradecer
Reconhecem, quem diria!
aqueles que sabem não merecer...
A Salgueiro Maia.
Jovem Capitão,
De nome Salgueiro Maia.
Com nobre persuasão,
trouxeste o novo dia que raia.
Na Escola de Cavalaria
Firme mas sereno,
Quiseste saber, quem te seguiria
E avançaste, pleno.
De razão coração.
Ao regime, exigiste
incondicional rendição.
"Liberdade! Ouviste?"
O regime temeu
"O poder popular..."
De medo se encolheu,
obrigado a resignar.
Herói reservado,
Oficial exemplar
da Liberdade, criado.
Urge-te recordar!