domingo, 9 de março de 2008

Rascunho.

A noite é lânguida
e os rumores falam alto...
Os dardos rompem, como facas,
o aborrecimento pensado.
Uns e outros entretêm-se sem pensar,
pensando no que já passou.

Estou incógnito, quase desaparecendo
O som do bilhar ecoa na minha cabeça,
já dormente de natureza...
Falam-me, e eu não percebo.
A dormência aumenta e o que faço
é nada fazer.

Sentado na mesa, à minha esquerda
Um amigo de longa data, esquecido
Fala-me sem me perceber...
Pergunta-me qualquer coisa, sem saber porquê.
Como é engraçado, quando percebemos que tudo tem fim...

Tudo me faz pensar, mais e mais e mais.
Toda a minha vida fui os outros a passar.
Via-os, e pedia-lhes apenas sossego, para pensar.

Agora é tarde, tenho que ser algo.

Nunca conquistei nada.
Nunca me preocupei com notas, nunca quis ser o melhor em nada.
Aprendi, porque sempre gostei de aprender.
(Há quem tenha apenas curiosidade...)
Às vezes gostava simplesmente de me acomodar, de me deixar ser, como no passado.
E tenho medo de nunca chegar onde quero, porque não sei o quero.
Dizem ser preciso sonhar... Mas nem isso eu sei...

De toda a gente leio biografias
De todos ouço dizer que chegaram onde chegaram com esforço, dedicação.
Penso se será assim tão simples...

Nada me é suficiente, e dizem-no ser bom.
Quando vens, ó satisfação?

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