quarta-feira, 2 de julho de 2008

Legado.

O que eu espero, não vem.
Mas ficas tu, leitor, encarregado
De receber o sonho.
Abre-lhe os braços, como se chegasse
O teu pai, do Brasil,
A tua mãe, do céu,
O teu melhor amigo, da cadeia,
Abre-lhe os braços como se quisesses
Abarcar toda a luz que te rodeia.

Não lhe perguntes porque tardou tanto
E não chegou a tempo de me ver.
Uns têm a sina de sonhar a vida,
Outros de a colher.

Miguel Torga.

2 comentários:

# Poetíssima Prida disse...

'sonhar a vida'

sim, sim! uns tem essa sina sim! e outros tem a sina de vivê-la, engraçado não?!

Parabéns pelo blog! Adorei!

Jessica Capela disse...

Gosto meeesmo disto aqui!