sexta-feira, 11 de julho de 2008

Lucidez.

Sinto-me o meu psicólogo
quando dou por mim a escrever
mais um triste monólogo
de quem não sabe o que quer.


Não finjo, nem minto
Não quero mal a ninguém.
Não sei, nem sinto
A alegria do nada-além
...

Tenho tantas incertezas
que me debato até comigo.

Sou um barco de tristezas,
à procura de uma ilha de abrigo.

Nunca soube o que é Amor
e nunca tive senão saudade.
Sou companhia da minha dor.
Que fiz eu de toda a idade?

Debordo-me com a ilusão
de ser grande, principal, útil!
Transbordo na própria noção
de todo o questionar ser fútil...

(Nenhum Homem é necessário)
Vivo para ser o que está a mais
Sou a minha negação, o meu contrário
tresloucado por dúvidas e iras fatais.

Nada mais sou que a minha condição
Amigo fiel de tudo o que não ouso
Coração sem rumo, em navegação
por mares de sentimento difuso!

Mas Coração, que sei eu disso?
Como falar do que não existe?
A minha alma deu sumiço!
Quando a razão lhe disse "Desiste..."

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