terça-feira, 27 de maio de 2008

Soneto do futuro.

Anseio por ti, enlouqueço por ti, ó futuro!
Vivo-te e vejo-te como quem te sente.
Quero criar-te lúcido e rico, fugir do escuro
e procurar dar uma melhor vida à semente.

Anseio por ti, desamparado, quase demente!
Não venhas, ó desejado, incerto e obscuro
Tudo se recicla, tudo se renova eternamente
Mas, ó futuro, eu quero criar-te, enquanto duro!

Mesmo que sejas, de ti mesmo, eterna miragem
Espero-te, não sabendo que face trazes ou tens
Porque tu nunca falhas ou tardas, ó desejado!

Mas, para quê esperar, se podes vir atraiçoado?
Não, só te posso criar! Só te criando é que vens!
Só assim crio o sentido, e te faço à minha imagem...

Um comentário:

Anônimo disse...

Dos últimos posts que aqui vi só retiro uma conclusão: afinal o poeta não é tão fingidor como diz ser! ;)
Gosto da "lucidez" dos últimos textos.. (as conversas de fds são produtivas:P)

Bjinho*