sábado, 30 de agosto de 2008

Sunshine.

Não te conheço,
porque não me conheço.
Tu conheces-te ou tens a
faculdade das pessoas complicadas
de ser sempre um alguém novo?
- Eternamente desencontrado
do alguém que se quer ser.
Conheci-te ( mesmo que ainda
não te conheça) a sorrir.
E agora, sei que errei, e que erraste
e que estamos onde não sabemos estar.
E que se sorris e se eu sorrio,
por vezes, é um sorriso cheio de dor,
que escondo, que finjo não sentir,
mas que, como avalanche, volta
quando volta o vazio, o hábito, a solidão.
Falo de mim, porque sou, e ser é ser
egoísta. Esqueci o teu dia ( todos os dias
deviam ser os nossos dias, os dias
de sermos especiais), absurdamente

e sem razão,
esqueci o teu dia.
E não sei se te magoei, nem sei se te
magoo em cada gesto, irremediavelmente
frio, eternamente desagradecido, ingrato,
frio, frio, frio, desprezível pela irracionalidade
de não (me) acreditar.
Não falarei mais de mim. Aceita, por favor,
aquilo que se devia evitar, mas nunca, nunca
se evita. E continua a agraciar-nos com
a beleza dos teus gestos, a leveza do teu sorriso
e com as tuas palavras
ora doces, ora amargas, que nos acolhem,
nas sextas e nos sábados em que somos
os últimos a sair.

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