sexta-feira, 29 de agosto de 2008

E é amar-te assim.

Nunca acreditei no amor.
E agora,
se te peço para
estares comigo
sei ser puro egoísmo.

Porque, sabes,
habituei-me a ti.
Ao teu sorriso,
sempre que caminhávamos
em direcção do outro
vindos do comboio do infinito,
onde mora a saudade.

Habituei-me ao teu olhar,
desconfiado, esperançoso,
longe de tudo, sonhador...

Nunca acreditei no amor.
Mas, sabes, habituei-me
às tuas mãos em mim.
Às tuas mãos pequenas,
com as marcas daquele acidente
de que me falaste e que não ouvi.
Sim, habituei-me ao teu toque.

Nunca acreditei no amor.
Mas habituei-me.
Até a sentir-me inútil ao teu lado.
(Nunca acreditei em amar alguém

superior a nós. É por isso
que não me afeiçoo a Deus.)

Habituei-me a lidar com o
seres perfeita. Perfeita não,
mas cintilante, radiosa, útil.

- O que éramos, somos
nós sem direcção -

Nunca acreditei no amor.
E não me vais ouvir dizer
como precisava de um beijo teu.
Porque se te quero comigo
é porque não preciso de mim.

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