domingo, 11 de janeiro de 2009

A uma mosca estúpida.

A mosca voou
uma, duas, três,
um infinitamente irritante
número de vezes,
contra o candeeiro
atráida pela sua luz.

Que mosca estúpida.

(Não seremos todos
moscas, a voar perdidos,
eternamente aos encontrões,
irritados, atraídos por um
ideal brilhante
que não sabemos que
fundo guarda?)

Que humanos estúpidos,
pensará ela...

2 comentários:

José Alexandre Ramos disse...

Sim, seremos tudo imbecibilidade. Escrita feroz, com alvo certo, dardo certeiro. Tenho apreciado.

Maria Oliveira disse...

Lembro-me perfeitamente, quando adolescente, ficar tempos infinitos a olhar a claridade da janela apreciando o comportamento das moscas... uma mosca solitária voa sempre em direcção à luz é certo... e escolha fatal, escolhe a sua própria morte.
Bate meio doida contra o vidro que provavelmente não viu...

ainda hoje me diverte o facto de ter reflexos mais rápidos que elas e conseguir apanhá-las...ahahah